'I think.. if it is true that there are as many minds as there are heads, then there are as many kinds of love as there are hearts.'
(Eu penso que.. se é verdade que há tantas mentes quantas são as cabeças, então, há tantos tipos de amor quanto existem corações.)
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
july, 20

Quando eu abri meus olhos no dia vinte de julho, eu não pensei que seria o dia em que eu me sentiria mais viva, em toda a minha vida, até agora. Me lembro de ter acordado tarde, diferente dos outros dias na viagem em que acordávamos sempre nas primeiras horas do dia, e ter olhado aquela janela imensa do quarto.. pensando quem tinha sido o último a dormir, que esqueceu de fechar as cortinas, o sol entrava no quarto todo e fazia uma cor alaranjada, que até hoje eu penso que não vi igual. Não sei se porque os dias quando viram lembranças se tornam mais bonitos do que realmente foram, ou se foi realmente assim.
Comemos um Hot Dog de 1 dólar e fomos para a 53rd street and Sixth Ave. A esquina que deu origem á letra que Dee Dee Ramone compôs em fevereiro de 1976. A música que ele descreve suas próprias experiências ali naquela esquina. Ela é cercada por edíficios enormes, pessoas engravatadas, que parecem alheias ás histórias do que acontecia ali há 30 anos atrás. Quantas pessoas passam todos os dias por ali, um milhão de vezes, e eu só queria por um dia estar ali, e eu estive e mais que isso, eu pude deixar meus pensamentos e minhas preces ao Dee Dee.
O próximo lugar depois da 53rd street, era 315, Bowery. Endereço do lendário bar CBGB & OMFUG, o berço do punk rock, primeiro lugar em que os Ramones se apresentaram em 1975. E lugar onde Blondie, The Clash, Misfits, Richard Hell & The Voidoids, Sid Vicious com o Sex Pistols, Iggy Pop com os Stooges e New York Dolls já se apresentaram diversas vezes, onde a maioria dessas lendas começou. Quase chegando lá, um pouco antes do número 315, na Bowery com a East 2nd Street nos deparamos com o 'Joey Ramone Place', outra esquina de sentir todos os ossos do corpo ficarem gelados.
Infelizmente hoje o CBGB's não existe mais como CBGB's e sim como uma loja que manteve as paredes originais e tudo original de como era na época, no auge. Hilly Kristal, o proprietário, perdeu o CBGB's por uma dívida e ele foi realmente fechado há poucos anos atrás. Bandas como Misfits, Exploited, Anti-Nowhere League, Gorilla Biscuits, Vandals, Dead Boys, Flipper, Peter and the Test Tube Babies, Sham 69, Adrenalin O.D. voltaram a tocar juntas para arrecadar dinheiro e pagar a divida do lugar que as lançou para o sucesso, mas infelizmente, nada mais pode ser feito. Enfim, temos que ser gratos á essa loja 'John Varvatos' que conserva e mantém todo o espírito rock vivo ali.
E finalmente quando eu vi aquelas janelas, e reconheci o CBGB's, e nós finalmente entramos, lágrimas rolavam sem parar do meu rosto. Lágrimas de alegria, lágrimas que demonstravam que eu não acreditava que eu estava ali dentro. Quando eu toquei as paredes, que eram originais ainda, as mesmas paredes que Iggy Pop, Johnny Thunders, Johnny Ramone e tantos outros tocaram e viveram ali, colocaram toda a sua energia ali, seu sangue e sua música, regeram gerações até hoje depois dali, minhas mãos tremiam, eu perdi a fala. Devo ter ficado uns minutos fora do ar, vendo guitarras originais e autografadas penduradas na parede, de Joey Perry e tantos outros; discos originais da época, o palco original. Tudo. Eu vi e senti coisas que com certeza eu nunca mais vou conseguir recontar ou demonstrar, porque foi um momento único. Eu sentia que eu estava viva e me sentia uma pessoa abençoada, por poder estar ali, onde eu estava. Onde eu sempre quis estar. Minha vontade era de beijar o chão. Conhecemos o Izzi, que cuida da loja e conversamos muito com ele, sobre tudo o que foi aquele lugar, mantenho contato com ele ainda e quero em breve voltar e assistir aos shows que acontecem lá, e dividir com ele, bandas que um dia podém ir la. Hoje é 'John Varvatos' por fora, porque por dentro ainda é o CBGB.
E esse dia, 20 de julho de 2010 vai ser um dia em que eu vou me lembrar, por todos os dias da minha vida. Vou me lembrar de todas as lágrimas de alegria em que derramei lá e a noite inteira em que eu não pude dormir. Vou me lembrar de todas as preces que fiz, de todos os sentimentos que invadiram meu coração, de todos os pensamentos que invadiram minha mente e de todas as músicas que eu ouvi, mesmo não tocando música alguma.
http://www.youtube.com/watch?v=3qcMjKxt-dE (Ramones - 53rd & 3rd)
http://www.youtube.com/watch?v=AU6hBp0yyEM (CBGB tribute)


terça-feira, 3 de agosto de 2010
around II

'Julho, 14
Acho que já estamos em território mexicano e não mais perto de Labadee. Dois sentimentos tem andado comigo, a felicidade plena e a saudade. Isso é possível? Mas a saudade não é ruim, pelo menos não está sendo ruim. Ela anda de mãos dadas com o reencontro e o encontro. Fico pensando como está tudo na minha ausência, se haverá o que penso nos dias que pensei que haveria; se as pessoas, as poucas que amo estão felizes e estão se cuidando, e sentindo a falta que sinto.
E a alegria! De estar onde estou e como estou - onde estamos e como estamos. Gosto do que vejo: um imenso mar lá fora, azul escuro; pessoas falando uma língua engraçada de tão bonita, e no meu coração os melhores sentimentos do mundo. E consigo ver a frente, como nunca vi antes.'
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
moby dick

Eu tenho o péssimo hábito de ler vários livros ao mesmo tempo, e assim eu acabo demorando muito pra terminar de ler qualquer um que eu tenha começado. O fato é que eu me canso fácil, então lendo dois ou três livros não me faz cansar de nenhum. E se engana quem pensa que ao final deles eu não me dedico inteiramente a nenhum, porque eu me envolvo em todos. Entre 'A Odisséia' e 'Frankenstein', eu estou lendo 'Moby Dick', um clássico escrito por Herman Melville e publicado em 1851, há mais ou menos um mês, ele é dividido em dois volumes de pouco mais de 400 páginas cada. Longe ainda do final, eu parei diversas vezes para fazer anotações (outro hábito) sobre trechos incríveis que eu encontrei. Vou reescrever alguns deles.
'Quanto a mim, vivo atormentado por um contínuo desejo de tudo o que é remoto.'
'Agitava-se um velhinho enrugado que por dinheiro vendia carinhosamente aos marinheiros, o delírio e a morte.'
'Tenha a bondade de desdizer-se dessa história de vender a cabeça, que no caso de ser verdade, a única coisa que posso pensar é que ele esteja louco e não estou disposto a dormir com um louco.'
'Extraordinariamente consciente, para um marinheiro, e dotado de um espírito reverente, o estranho isolamento de sua vida, parece antes originar-se da inteligência do que da ignorância.'
'Era uma eloquente demonstração de ações, e não um suave capítulo de sons.'
'Porque o que há de mais triste, e mais espantoso, mesmo, é a revelação da falta de valor de uma alma.'
'Apóia-me contra todas as críticas mortais, justo espírito de igualdade que espalhaste um manto real de toda humanidade sobre todos os meus semelhantes.'
Eu nunca li um livro em que eu tivesse tanto que parar para escrever. Vale a pena ler 'Moby Dick', vale muito a pena.
domingo, 1 de agosto de 2010
around

Hoje eu sinto que meus pensamentos estão onde deveriam estar, hoje eu consigo voltar a escrever aqui. Vou começar por agora, a reescrever alguns trechos ou páginas do que foi meu 'diário de bordo', durante grande parte do mês que passou.
'Julho, 11
Tudo passa tão rápido, ou está passando rápido. Senti vontade de escrever, quando liguei a televisão e dei de cara com o que eu mais queria ver: um filme preto e branco. Passei um tempo hoje sentada na janela redonda do nosso quarto que dá direto para o mar e fiquei nos meus pensamentos, tenho estado neles por um tempo..
Assisti á final da copa entre uma parte da nação holandesa - que nos eliminou e me fez chorar uns dias antes - e entre espanhóis, em um cenário que eu jamais imaginei: sob a água, em um céu mais azul do que todos que já vi. Consigo facilmente reconhecer outros brasileiros como nós, pela energia e também por as diversas vezes em que alguém ia até onde estavam os holandeses, só pra sacanear. (é, acho que fui uma dessas pessoas)
As horas passam muito rápido. São 21h47pm. (uma hora a menos que no Brasil) e tem um gatinho me avisando que já estamos atrasados para o jantar. Esses estão sendo os dias em que pelas primeiras vezes estou me atrasando; O déjà vu me mantém atrasada.. volto aos pensamentos na janela redonda. Á noite o mar me parece mais sem fim e os pensamentos, maiores.
PS: 02h57am.; vou dormir com 'Georgia On My Mind', que foi dedicada pra mim por um trio que toca blues, em um bar de jazz. Em três horas estaremos em Labadee, Haiti.'
http://www.youtube.com/watch?v=Thls_tMuFkc
'Georgia, Georgia, the whole day through
Just an old sweet song
Keeps Georgia on my mind
I say Georgia, Georgia
A song for you
Comes as sweet and clear as moonlight through the pines
Other arms reach out to me
Other eyes smile tenderly
Still in peaceful dreams I see
The road leads back to you
I say Georgia, oh Georgia, no peace I find
Just an old sweet song'
segunda-feira, 28 de junho de 2010
romeo and juliet
'lovers can see to do their amorous rites
by their own beauties; or, if love be blind,
and he will make the face of heaven so fine
that all the world will be in love with night
and she brings news; and every tongue that speaks
but romeo's name speaks heavenly eloquence.'
(scene II; capulet's orchard)
by their own beauties; or, if love be blind,
and he will make the face of heaven so fine
that all the world will be in love with night
and she brings news; and every tongue that speaks
but romeo's name speaks heavenly eloquence.'
(scene II; capulet's orchard)
sexta-feira, 18 de junho de 2010
sham 69

Pra quem não conhece o Sham 69, é suficiente saber que a música Punk deve muito a eles.
Eles foram uma banda inglesa de punk rock, formada em 1976 em Hersham (Surrey), por Jimmy Pursey, Dave Parsons, Rick Goldstein e Dave Treganna.
Jimmy havia sido um skinhead alguns anos antes e quando viu que surgia uma nova geração de skins, se empolgou e deu o lendário grito 'Skinheads Are Back!' num show em 77. Mas o que ele não esperava era que, ao contrário dos skins originais do final dos anos 60, parte da nova geração estava envolvida com a extrema direita. Esta associação denegriu a banda (que sempre fora contrária ao fascismo), e para a alegria da imprensa, que colocava todos os skins, fascistas ou não, como um único grupo, Jimmy Pursey acabou renegando o público skinhead que tinha dado tanto apoio a eles. Isso foi considerado uma traição, e o Sham 69 perdeu boa parte de seu público e credibilidade.
A banda ensaiou alguns retornos nos últimos 15 ou 20 anos, entretanto sem Jimmy Pursey. O Sham 69 sempre será lembrado por sua temática realista, letras claras e diretas e por estimular a união entre punks e skinheads e toda a 'juventude sem futuro'.
http://www.youtube.com/watch?v=2GQMIXGRjaw - If The Kids Are United - Sham 69
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